É grave a situação criada no Acre
pelas levas de imigrantes ilegais
Publicado em 10-Abr-2013
O governador do Acre, Tião Viana (PT), tem toda a
razão ao decretar situação de emergência social em dois municípios acrianos, ao
acusar o governo federal de "insensibilidade" e ao
responsabilizar o Ministério das Relações Exteriores, em particular, pela
gravíssima crise registrada em seu Estado com sucessivas levas de imigrantes.
Elas, agora, não são mais só constituídas por
imigrantes haitianos; há também um grande número oriundo de outros países. O
problema tornou-se nacional e cabe ao Itamaraty e ao governo federal apoiar o
governador, assumir e tentar solucioná-lo. Enquanto isso não ocorre, o
governador do Acre foi obrigado a decretar situação de emergência social nos
municípios de Epitaciolândia e Brasiléia em consequência da chegada
descontrolada de imigrantes nestes locais, em sua maioria haitianos.
Tião Viana alerta que o Estado não tem mais
capacidade para lidar com a questão sozinho. Assim, dirige um apelo dramático à
União para a resolução definitiva do problema.
"O decreto (de emergência) é um grito de
alerta de que a situação chegou ao limite. Transbordou o suportável e nós
precisamos de ajuda, e do papel institucional e constitucional do Governo
Federal numa questão dessa gravidade. O governo do Acre já assumiu R$ 3 milhões
em gastos. A União nos ajudou com R$ 600 mil, mas nós precisamos de uma medida
definitiva", diz o governador.
Questão é humanitária, de saúde e de segurança pública
Questão é humanitária, de saúde e de segurança pública
Tião Viana acusa a chancelaria brasileira de
"insensível" com o problema. "Eu diria até que (o Itamaraty)
está sendo omisso. Ao meu ver, ele deveria dialogar com Peru e Equador,
onde começa a rota, e exigir o visto dos imigrantes. Se esse visto fosse
exigido resolveria 90% do problema", diz. "É como se estivesse
formada uma rota internacional migratória que se associa a crise social grave
que vive o povo do Haiti", explicou o governador Tião Viana.
Esta imigração ilegal tornou-se no Acre uma questão
humanitária, de saúde e de segurança pública. O Estado do Acre e o Estado
brasileiro, em parceria, precisam buscar emprego e instalações, alimentação e
principalmente decidir como agir e como resolver o problema criado pela chegada
de milhares de imigirantes e pela onda diária da chegada de novos.
Imigrantes agora vêm também da África, Ásia e América Central
Principalmente porque tudo indica que essa
imigração não cessará, já que há um recrutamento e transporte ilegal organizado
por coiotes e que não encontra nenhuma barreira legal nas fronteiras do Acre. A
questão é seria, basta olhar para a tragédia em que se transformou a fronteira do
México com os Estados Unidos. E para os números da situação no Acre.
Já há 1.700 haitianos no alojamento improvisado em
um ginásio de Brasiléia, com capacidade para abrigar 250 pessoas. O
secretário Estadual de Direitos Humanos, Nílson Mourão, disse que só entre
janeiro e o começo de abril de 2013, cerca de 2,7 mil imigrantes já passaram
por Brasiléia - 1.700 haitianos entraram no Acre nos últimos 15 dias.
"A situação fugiu totalmente do controle. Quando nós temos 1,7 mil
pessoas, são 5,1 mil refeições por dia, e não existe uma empresa em Brasiléia
que comporte. Não existe espaço nem para colocar os colchões no chão",
explica o secretário.
Além dos haitianos, pessoas de outros países começam a utilizar a fronteira entre Assis Brasil e a cidade peruana de Iñapari como porta de entrada para o nosso país. Vindos de países como o Senegal, Nigéria, República Dominicana e Bangladesh, eles passaram a dividir com os haitianos o abrigo montado em Brasiléia.
Além dos haitianos, pessoas de outros países começam a utilizar a fronteira entre Assis Brasil e a cidade peruana de Iñapari como porta de entrada para o nosso país. Vindos de países como o Senegal, Nigéria, República Dominicana e Bangladesh, eles passaram a dividir com os haitianos o abrigo montado em Brasiléia.
(Foto: Elza Fiúza/ABr)
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