quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Conflito Agrário

Morte por conflito agrário em Sena Madureira
mobiliza aparato de segurança pública do Acre

Nonato de Souza
Ascom/SESP
Em 08/11/2011




agricultores estão temerosos de retornaram para os lotes.
Ouvidor das polícias e dos direotpos Humanos Waldeci Nicássio
Na manhã desta terça-feira (08) estiveram reunidos no Centro de Formação dos Trabalhadores Rurais em Sena Madureira, o diretor de Operações da Secretaria de Segurança Pública Alberto da Paixão, Secretário de Justiça e Direitos Humanos Nilson Mourão, o representante da CUT Nacional no Acre, Manoel Lima, a presidente da CUT no Estado (Rosana), ouvidor do CDDH e das Polícias advogado Waldeci Nicássio, diretores da Federação  dos Trabalhadores Rurais (Fetacre) e produtores rurais.

Em pauta, pedido de agilidade na prisão dos autores do crime de homicídio praticado contra o produtor rural João Evangelista de Souza 27 anos, vulgo “João Doido”.

O crime ocorreu na quinta-feira (3) no ramal 25, do projeto de assentamento Caçariam (AM). O trabalhador foi levado de sua casa, caminhou por dois quilômetros ao lado dos seus assassinos. Foi morto a tiros e no dia seguinte teve o corpo queimado.
“Esse crime não vai ficar impune”. A promessa é do Secretário de justiça e Direitos Humanos do Acre, Nilson Mourão.
O projeto Caçariam fica localizado há 28 km de Sena Madureira na divisa com o  Estado do Amazonas, está sendo palco de intensos conflitos  agrários.
A morte do agricultor João Evangelista é a segunda em dois anos.  Mourão (foto) vai enviar relatório ao Ministério da Reforma Agrária pedindo urgência  no assentamento das famílias que estão morando na área de conflito.
O representante da CUT Nacional Manoel Lima disse que tão importante quanto a prisão e expulsão dos grileiros  é a legalização fundiária, “dando terra para quem precisa e quer produzir alimentos”.

O crime ganhou repercussão no Acre pelo fato do trabalhador ter sido retirado do seu barraco no assentamento Nilson Lopes dentro do limite do Acre distante dois quilômetros da “Linha Cunha Gomes” que delimita os dois estados.

“O Governo do Estado através da Secretária de Segurança Pública (SESP), não vai economizar  recursos  técnicos, financeiros e logístico para uma rápida solução do caso”. Afirmou o diretor de operações da SESP, Aberto da Paixão (foto).

O clima é tenso entre as 200 famílias que habitam a região. O medo é imperativo que inibe depoimentos públicos de quem já foi ameaçado.
Exceção do agricultor Ezias Teixeira da Silva, que teve seu casebre destruído e ameaçado diretamente pelos pistoleiros do fazendeiro que impõe o terror na região e o James Meireles, presidente da Associação Quatipuru, entidade de representação dos posseiros do Assentamento Caçariam.

Em depoimento um dos criminosos, agora atuando como colaborador, mostrou a polícia a localização do corpo  e confessou que no dia seguinte a morte do agricultor  ele e o comparsa retornaram ao local, para atear fogo no corpo após  untarem-no com gasolina.

Para entender o caso

Na divisa entre os dois estados há dois assentamentos rurais. Nilson Lopes, em terras do Acre e o Assentamento Caçariam,  em terras do amazonas. Ambos oficializado pelo Incra dos dois estados. O assentamento Caçariam  os assentados se estabeleceram na beira do Rio Caçariam pela facilidade  natural no escoamento da produção agrícola. Nos fundos  desse assentamento,  um fazendeiro adquiriu 1.200 hectares de terras  de um grileiro identificado por João de Deus, um truculento policial civil de Sena Madureira.
Essas terras por serem da União é a menina dos olhos dos invasores. O fazendeiro teria contratado dois pistoleiros. Um deles identificado por Donizete, réu confesso e colaborador no processo. O outro  é filho do policial grileiro João de Deus,  para impedir que “suas terras” fossem invadidas.

Pelo clamor social e a repercussão do crime o Governador Tião Viana determinou a Segurança Pública a máxima rapidez na elucidação do caso. Ontem, após o encerramento da reunião em Sena Madureira o delegado Regional do Vale do Yaco, Antônio Alceste, informou que as testemunhas arroladas no inquérito já haviam sido ouvidas. Diligência na região resultou na apreensão  de espingardas, revolveres e rifles.
 Acusados já haviam sido identificado assim como os mandantes do Crime e que até a data de hoje quarta-feira 9, o inquérito estaria sendo enviado ao Ministério Público com os devidos indiciamentos  dos suspeitos. Se o Ministério Público e Judiciário tiverem o mesmo entendimento do delegado, é possível que ainda hoje ocorram as prisões que a população de Sena Madureira tanto reclama.

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