sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Tensão máxima na fronteira

Polícia Militar do Acre garante passagem
de carretas com combustíveis para Cobija

Nonato de Souza/SESP-AC
Em 15/11/2012



 Manifestação pública  que já durava 48hs  acabou com ação energia da polícia para permitir passagem de carretas de combustiveis para Cobija
 
O 10º Batalhão da Polícia Militar do Estado do Acre, com apoio da Tropa de Choque do Batalhão de Operações Especiais – BOPE, de Rio Branco e agentes da Força Nacional de Segurança, levaram cerca de 20 minutos para desobstruir a passagem da ponte entre o Acre e Bolívia que dá acesso a Cobija – Capital do Pando, fechada por manifestantes brasileiros em protesto contra a prisão do moto taxista Eronildo da Silva Lopes, 46 anos ocorrido há 22 dias. Ele se encontra no presídio Vila Buche, em Cobija.

A Capital do Pando já vinha sofrendo com a falta de combustível porque o foco dos manifestantes brasileiros era exatamente não permitir a passagem das carretas que abastecem os postos de gasolina em Cobija.
Uma das categorias bolivianas que vinha sofrendo as consequências com maior intensidade eram os moto taxistas que estava sem poder trabalhar. Amparados por cerda de três dos maiores sindicados da categoria os bolivianos radicalizaram e fecharam a saída de Cobija, deixando centenas de brasileiros sitiados sem poderem retornarem ao Brasil.
Enquanto autoridade brasileiras tentavam dissuadir os manifestantes a continuar com o movimento e permitir a passagem das carretas, não havia nenhuma autoridade boliviana tentando apaziguar os ânimos seus manifestantes, pois havia claro interessa das autoridades bolivianas pela manutenção do movimento dos moto taxistas. Eximiam-se de responsabilidades pelo fechamento da ponte e ao mesmo tempo, forçavam as autoridades brasileiras a liberar as carretas de combustível retidas do lado brasileiro.
O próprio secretário Renir foi negociar com os manifestantes
O Secretário de Segurança Pública do Acre Reni Graebner, o Diretor de Operações da SESP, delegado Alberto da Paixão e o Major da Polícia Militar Almir Lopes, que estavam no município para uma reunião da Câmara Temática de Segurança Pública na Fronteira – ENAFRON -, assumiram o papel de negociadores e só conseguiram convencer os bolivianos após o empenho da palavra  que as carretas  cok combustíveis cruzariam a fronteira às 8:00hs da manhã seguinte..
Os moto taxistas bolivianos liberaram a ponte por volta de 21hs. Mais de 100 veículos que estavam sitiados em Cobija puderam finalmente retornar ao Brasil.
A situação estava parcialmente resolvida. Agora as autoridades brasileiras estavam com a difícil tarefa de convencer os manifestantes do lado brasileiro, que o movimento havia acabado. Foram horas de negociações para convencer os sindicatos brasileiros de moto taxistas a desistiram do movimento em apoio as familiares do preso e colega de profissão.
Vencido essa etapa, as negociações se voltaram para os  familiares do motos taxista Eronildo. Eram cerca de 60 pessoas.  Foi-lhes dito das consequência de conflito com a polícia. Que eles haviam conquistado os objetivos de chamar atenção das autoridades dos dois países para a situação do parente preso.  Mas que não havia mais motivos de continuar, pois além dos prejuízos incalculáveis  a população de Cobija já causavam constrangimentos ao Governo do Acre.  Tudo foi feito para convencê-los a desistir.
Sem conseguir quebrar o radicalismos dos familiares do moto taxista preso, o secretário de Segurança Pública Reni Graebner se pôs em contado com o Governador do Estado de quem recebeu ordens de agir com moderação salvaguardando a integridade física dos manifestante mais que a normalidade fosse restabelecida.  
O Comando geral da PM na Capital enviou ao município de Epitaciolândia um pelotão do Batalhão de Operações Especiais, o BOPE.  Uniu-se ao BOPE a Força da Segurança Nacional que está em Brasileira e mais o contingente da PM de Brasiléia.
A tensão aumentava a todo instante Fiscais da Refeita Federal tratavam dos detalhas finais alfandegários para liberação dos veículos. A estratégia da Polícia era  liberar de uma só vez,todos os veículos que estava retidos do lado brasileiro.
O confronto inevitável
Momentos antes do avanço a tropa sobre os manifestantes, o comande do 10º Batalhão sediado em Brasiléia, Capitão PM Rômulo, tentou uma última negociação. Não houve sucesso. Falava apenas a chegada do oficial comandante da regional do Alto Acre Coronel-PM Vitor. Com a chegada do oficial a tensão aumentou.
O comandante Militar  mesmo sabendo que não havia mais nada ser negociado, tentou uma ultima cartada informando  das implicações legais sobre os lideres do movimento, pelo que viesse acontecer entre militares e civis. Explicou que Estado reconhecia o direito dos manifestantes mais que já haviam passado dos limites. Um pequeno grupo de pessoas não podia derrotar o Estado.  Nada adiantou.
As carretas estavam todas no meio de pista com motores ligados. A frente dos veículos, homens do batalhão da PM de Brasiléia protegia o comboio contra algum tipo de atentado e, a frente da tropa, o pelotão do BOPE com seus escudos e o barulho ensurdecedor provocado pelo contato forte dos cassetetes.
É dato a ordem de avançar. Uma bomba de efeito moral explode.  Três dos principais líderes do movimento são presos. Tudo se transforma num grande caos. Nas duas laterais da ponte, populares se comprimiam uns aos outros para assistir à ação da polícia e também foram confundidos com manifestantes. Todos foram mandados desocupar a ponte. Gritos, e muita correria, desmaios e prisões.
Vinte minutos depois já haviam cruzado a fronteira todos as carretas de combustíveis. Autoridades brasileiras haviam cumprido a palavra empenhada com autoridades bolivianas.
Indignação dos manifestantes do lado brasileiro
 Do lado brasileiro, sobrou a indignação dos familiares do preso. Em sua dor, o entendimento que as autoridades brasileiras estavam contra eles. Nada os convencia que existe um Tratado Internacional que garante a passagem de veículos com produtos de primeira necessidade para a sobrevivência dos países vizinhos.

Tal indignação foi responsável pela última prisão do movimento. Um manifestante jogou uma bandeira brasileira ao chão e gritava pedindo fogo para queimá-la. O major PM Almir que assistia a poucos metros de distante impediu o ato antipatriota travando uma rápida luta corporal com o manifestante e logo chegou a dominar e prender o infrator. Ele foi preso e junto com os demais, três ao todo, foi conduzido à delegacia de Brasiléia.


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