O 10º Batalhão da Polícia Militar do Estado do Acre, com apoio da Tropa de Choque do Batalhão
de Operações Especiais – BOPE, de Rio Branco e agentes da Força Nacional de
Segurança, levaram cerca de 20 minutos para desobstruir a passagem da ponte
entre o Acre e Bolívia que dá acesso a Cobija – Capital do Pando, fechada por
manifestantes brasileiros em protesto contra a prisão
do moto taxista Eronildo da Silva Lopes, 46 anos ocorrido há 22 dias. Ele
se encontra no presídio Vila Buche, em Cobija.
A Capital do Pando já vinha sofrendo com a
falta de combustível porque o foco dos manifestantes brasileiros era exatamente
não permitir a passagem das carretas que abastecem os postos de gasolina em
Cobija.
Uma das categorias bolivianas que vinha sofrendo
as consequências com maior intensidade eram os moto taxistas que estava sem
poder trabalhar. Amparados por cerda de três dos maiores sindicados da
categoria os bolivianos radicalizaram e fecharam a saída de Cobija, deixando centenas
de brasileiros sitiados sem poderem retornarem ao Brasil.
Enquanto autoridade brasileiras tentavam dissuadir
os manifestantes a continuar com o movimento e permitir a passagem das carretas, não
havia nenhuma autoridade boliviana tentando apaziguar os ânimos seus manifestantes, pois havia claro
interessa das autoridades bolivianas pela manutenção do movimento dos moto
taxistas. Eximiam-se de responsabilidades pelo fechamento da ponte e ao mesmo
tempo, forçavam as autoridades brasileiras a liberar as carretas de combustível
retidas do lado brasileiro.
O próprio secretário Renir foi negociar com os manifestantes
O Secretário de Segurança Pública do Acre Reni
Graebner, o Diretor de Operações da SESP, delegado Alberto da Paixão e o Major
da Polícia Militar Almir Lopes, que estavam no município para uma reunião da
Câmara Temática de Segurança Pública na Fronteira – ENAFRON -, assumiram o
papel de negociadores e só conseguiram convencer os bolivianos após o empenho
da palavra que as carretas cok combustíveis cruzariam a
fronteira às 8:00hs da manhã seguinte..
Os moto taxistas bolivianos liberaram a ponte
por volta de 21hs. Mais de 100 veículos que estavam sitiados em Cobija puderam
finalmente retornar ao Brasil.
A situação estava parcialmente resolvida. Agora
as autoridades brasileiras estavam com a difícil tarefa de convencer os
manifestantes do lado brasileiro, que o movimento havia acabado. Foram horas de
negociações para convencer os sindicatos brasileiros de moto taxistas a desistiram
do movimento em apoio as familiares do preso e colega de profissão.
Vencido essa etapa, as negociações se voltaram
para os familiares
do motos taxista Eronildo. Eram cerca de 60 pessoas. Foi-lhes dito das consequência de conflito
com a polícia. Que eles haviam conquistado os objetivos de chamar atenção das
autoridades dos dois países para a situação do parente preso. Mas que não havia mais motivos de continuar, pois
além dos prejuízos incalculáveis a
população de Cobija já causavam constrangimentos ao Governo do Acre. Tudo foi feito para convencê-los a desistir.
Sem conseguir quebrar o radicalismos dos
familiares do moto taxista preso, o secretário de Segurança Pública Reni
Graebner se pôs em contado com o Governador do Estado de quem recebeu ordens de
agir com moderação salvaguardando a integridade física dos manifestante mais que
a normalidade fosse restabelecida.
O Comando geral da PM na Capital enviou ao
município de Epitaciolândia um pelotão do Batalhão de Operações Especiais, o
BOPE. Uniu-se ao BOPE a Força da
Segurança Nacional que está em Brasileira e mais o contingente da PM de
Brasiléia.
A tensão aumentava a todo instante Fiscais da Refeita
Federal tratavam dos detalhas finais alfandegários para liberação dos veículos.
A estratégia da Polícia era liberar de
uma só vez,todos os veículos que estava retidos do lado brasileiro.
O confronto inevitável
Momentos antes do avanço a tropa sobre os
manifestantes, o comande do 10º Batalhão sediado em Brasiléia, Capitão PM Rômulo,
tentou uma última negociação. Não houve sucesso. Falava apenas a chegada do
oficial comandante da regional do Alto Acre Coronel-PM Vitor. Com a chegada do
oficial a tensão aumentou.
O comandante Militar mesmo sabendo que não havia mais nada ser
negociado, tentou uma ultima cartada informando
das implicações legais sobre os lideres do movimento, pelo que viesse
acontecer entre militares e civis. Explicou que Estado reconhecia o direito dos
manifestantes mais que já haviam passado dos limites. Um pequeno grupo
de pessoas não podia derrotar o Estado. Nada
adiantou.
As carretas estavam todas no meio de pista com
motores ligados. A frente dos veículos, homens do batalhão da PM de Brasiléia protegia
o comboio contra algum tipo de atentado e, a frente da tropa, o pelotão do BOPE
com seus escudos e o barulho ensurdecedor provocado pelo contato forte dos cassetetes.
É dato a ordem de avançar. Uma bomba de efeito
moral explode. Três dos principais
líderes do movimento são presos. Tudo se transforma num grande
caos. Nas duas laterais da ponte, populares se comprimiam uns aos outros para assistir
à ação da polícia e também foram confundidos com manifestantes. Todos foram
mandados desocupar a ponte. Gritos, e muita correria, desmaios e prisões.
Vinte minutos depois já haviam cruzado a fronteira
todos as carretas de combustíveis. Autoridades brasileiras haviam cumprido a palavra
empenhada com autoridades bolivianas.
Indignação dos manifestantes do lado brasileiro
Do lado
brasileiro, sobrou a indignação dos familiares do preso. Em sua dor, o entendimento
que as autoridades brasileiras estavam contra eles. Nada os convencia que existe
um Tratado Internacional que garante a passagem de veículos com produtos de
primeira necessidade para a sobrevivência dos países vizinhos.
Tal indignação foi responsável pela última
prisão do movimento. Um manifestante jogou uma bandeira brasileira ao chão e gritava
pedindo fogo para queimá-la. O major PM Almir que assistia a poucos metros de
distante impediu o ato antipatriota travando uma rápida luta corporal com o
manifestante e logo chegou a dominar e prender o infrator. Ele foi preso e
junto com os demais, três ao todo, foi conduzido à delegacia de Brasiléia.